sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

´Relatorio reflexivo sobre minha docência e a formação continuada

Tirzá Madruga Machado Moraes
Sexta-feira, 10 de dezembro de 2010.
Relatório de experiências profissionais e da formação continuada


Refletir sobre minha prática docente é algo que faço habitualmente, pois estou sempre pensando a respeito de como trabalhar o ensino de Língua Portuguesa de modo a obter melhores resultados e também de realizar transformações.
Como professora de Língua Portuguesa , no ensino fundamental e no ensino médio, vivêncio realidades diferentes, tais como: faixa etária, experiências escolares e de vida e interesses, porém as dificuldades relacionadas ao domínio da língua são as mesmas tanto para quem retorna aos estudos após vinte anos de afastamento quanto para quem  nunca se ausentou da escola.Isso me faz refletir sobre a eficiência das práticas utilizadas em relação as competências que devem ser desenvolvidas nas aulas de língua.
Em minhas práticas na disciplina em que atuo, sempre busco tornar a sala de aula um espaço com mais liberdade de expressão e de comunicação efetiva. Procuro por o aluno em contato com vários tipos de textos, incluindo o teatro, promovo espaço para o diálogo,realizo leituras de  livros em sala de aula, motivo meus alunos para produzirem textos em que haja outros interlocutores além de mim, entretanto, até pouco tempo atrás, eu trabalhava os conteúdos gramaticais separadamente. Acreditava que isso me protegia de comentários como"Isso é perda de tempo" e asssim sentia-me mais igual dentro da escola.
Na prática docente com a EJA, sempre tive mais liberdade para trabalhar o que fosse  importante para a vida diária dos alunos.
Dessa forma resumo minhas experiências na prática da disciplina trabalhando conforme eu acredito ser o melhor para os alunos, porém sem ter  muitas certezas e sem embasamento teórico que pudesse inclusive justificar minhas ações no ensino da língua. Foi através do curso de formação continuada  de pós-graduação (Especialização em Letras e Linguagens) que passei a elaborar alguns conceitos e ter conhecimento que muitas das práticas que aplico em sala de aula não são propriamente uma invenção da minha cabeça que elas têm respaldos teóricos e, com esse conhecimento passei a ter mais segurança em minhas ações educativas. Antes fazia "experimentos", hoje aplico sequências metodológicas. Além disso, o curso está me propiciando a troca de informações com colegas, reflexões com professores doutores na área em estudo. Sinto que posso fazer uma analogia do curso como sendo um tempo de plantação seguido por farta colheita.
Ser professora, hoje em dia não é tarefa fácil,há inúmeras dificuldades a serem vencidas,mas enquanto existirem pessoas com fome de saber e outras com disposição em aprender, a esperança persiste. Enfim sou mais uma professora que amo o que faço e acredito que as palavras têm poderes mágicos e quando usadas com sabedoria podem ajudar na construção de um mundo melhor é, por isso, que trabalhar com Lingua Portuguesa me encanta.










MINHA TRAJETÓRIA DE LEITURA E ESCRITA




Tanto a leitura quanto a escrita sempre estiveram muito presentes em minha vida. Aprendi a ler e a escrecver sem dificuldades ,porém não lembro de ter sido estimulada a ler por parte da escola, embora fizesse isso em casa por conta própria e por incentivo de minha mãe.
Como não tínhamos acesso a livros, eu e meus irmãos líamos jornais velhos que os conhecidos doavam para nossa família.
Os pais do patrão de meu pai moravam na cidade do Rio de Janeiro e por saberem que eu era muito religiosa e que gostava muito de ler, traziam  folhetos de missa, neles havia cantos relacionados às leituras que eram diferentes dos cantos da  Diocese a que pertencíamos e eu  lia, analisava e comparava esses folhetos com os nossos. E assim iniciei minhas leituras.
Quando fui estudar em uma escola particular, comecei a  me destacar pelos textos que escrevia: aniversário da escola, homenagem à cidade,uma vez escrevi um poema sobre uma colega que havia falecido. Tudo virava poesia e me pediam para escrever sobre os assuntos mais diversos. Essas produções eram expostas nos murais da escola.
Um fato que lembro com muito orgulho nessa trajetória de escrita foi quando a professora nos mandou escrever sobre qualquer tema e eu pude mostrar  quem era meu pai e o orgulho que eu sentia de minha origem humilde, com certeza a mais humilde da turma de mais ou menos trinta alunos, filhos de médicos,  promotores, diretores e de pessoas consideradas importantes na cidade.
"Não me envergonho e nem desfaço dessas mãos negras e calejadas que hoje eu traço: mãos de meu pai..."
Hoje como professora de língua portuguesa procuro apaixonar meus alunos pela leitura.
E creio no dia em que todas as crianças que não têm pão em casa e muito menos têm livros sejam incentivadas pela escola a lerem e possam dessa forma viajarem e sonharem e quem sabe, um dia, realizarem seus sonhos.
Ah, não posso deixar de dizer que como aluna do Curso de Especialização estou voltando a escrever e acreditando até que estou fazendo isso "direitinho"

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